quarta-feira, 10 de junho de 2020

Text game, de Kate Cann - Opinião

Título original - Text game
Sinopse: Mel can't believe she's going out with the gorgeous Ben. But when she starts receiving nasty text messages from the mysterious Gloria, she begins to have doubts about him. As the situation spirals out of control, things come to a head.

Opinião:
Esta opinião estava em atraso, na secção rascunhos. Tinha começado a preparar e acabou por me passar da ideia. 😂
Este é um livro young adult, típico adolescente, e como tal, dão-se as fases dramáticas típicas da faixa etária. A Mel está a passar por uma fase muito boa no campo afectivo, tendo iniciado uma relação com o jeitoso popular do liceu, o Ben. Tudo é fantástico e emocionante, até começar a receber mensagens no telemóvel enunciando a infidelidade do namorado. As mensagens aumentam em número, e consequentemente, aumenta a insegurança da Mel, que não sabe o que fazer.
As pessoas reagem de diversas maneiras às mais variadas situações. Uma ocorrência pode originar uma infinidade de possibilidades. Creio que existem várias coisas aqui em causa.
A inveja foi o que desencadeou tudo. A cobiça da Gloria pôs em marcha os eventos. Ela semeou a dúvida, que levou à insegurança da Mel. A sua incapacidade de falar com Ben sobre o assunto, acabou deixando-a ansiosa e a resguardar-se um pouco. A situação chegou a um ponto, que roça o bullying.
Com o avanço actual da tecnologia, temos ao nosso alcance o poder de travar a recepção de contactos por parte de outros: é possível bloquear números, e acho que a protagonista deveria tê-lo feito. Ao não cortar o mal pela raiz, a situação escalou, e deu mais sensação de poder à Gloria.
Com esta leitura, julgo que ficaram evidentes alguns aspectos, nomeadamente o poder de sugestão sobre as pessoas, e também demonstra a importância da comunicação. Sempre ouvi dizer "falando é que a gente se entende".
★★★

Ele não está assim tão interessado, de Greg Behrendt, Liz Tuccillo - Opinião

Título original - He’s just not that into you: The no-excuses truth to understanding guys
Editora: Editorial Presença
Sinopse: Destinada a compreender as relações homem-mulher, a colecção "Nós e Os Outros" da qual agora a Presença inicia a publicação, é um bestseller de vendas nos Estados Unidos, da autoria de dois guionistas da série Sexo e a Cidade. Um livro que ajudará as mulheres a compreenderem a psicologia masculina e a ultrapassarem o preconceito de que nem todos os homens estão interessados nelas. A sua cabeça anda à roda. Porque razão ele não lhe liga? Será que está numa cama de hospital? Com amnésia? Será gay? Ou simplesmente terminou recentemente uma relação e precisa de espaço? Ele Não Está Assim Tão Interessado significa que ele não lhe vai telefonar, que não pergunta por si, e que não a vai pedir em casamento. O mito de que eles estão demasiado ocupados para lhe ligar, é abordado com realismo pelos autores, que enunciam respostas tipo utilizadas pelos homens enquanto desculpa "esfarrapada" para não a contactarem no dia seguinte. Provocativa, hilariante e libertadora, é uma colecção escrita por homens mas dirigida às mulheres.

Opinião:
Estava à procura de uma leitura rápida e leve, depois da torrente de emoções que foi Espera por mim. Ao ver a capa, notei que tinha sido adaptado às grandes telas e com actores regularmente associados a comédias, e pensei, porque não?
Todavia, o que tinha entre mãos não era propriamente uma comédia romântica mas algo no campo da auto-ajuda.
O conceito é simples, navegamos pelo livro com vários cenários vividos por diversas mulheres, para os quais o Greg dá a sua honesta apreciação masculina, sem papas na língua, enunciando o significado da atitude (ou falta dela). Em seguida, a Liz intercede e apresenta o ponto de vista feminino. Ao fim de cada parte, temos os tópicos chave a reter, e alguns exercícios, bem ao género "o que aprendemos depois de ler".

Certas situações foram engraçadas, algumas foram didácticas e outras deram dó, pois algumas mulheres encontravam-se em situações embaraçosas. Imensa gente investe tempo em relações e noutras pessoas, ou mesmo na ideia do que poderá vir a ser, mas pelo que li, muitas vezes, os sinais de insucesso estão todos lá. 
Acredito que os homens não são todos iguais, porém, e de acordo com o Greg e a sua descrição de comportamentos padrão, agora julgo que alguns comportamentos poderão estar inerentes nalguma fase da vida amorosa.
Esta leitura é adequada a quem já passou por decepções amorosas (quem nunca?). Por vezes estamos tão envolvidas, que não vemos coisas que são tão óbvias. Já nos sentimos tão inseguras, tão pequenas, que achamos que nos devemos acomodar. 
Esta obra está aqui para mostrar que temos que reconhecer o nosso valor, e nos recusarmos a aceitar alguém que nos faça duvidar de nós mesmas.
★★★

O livro foi adaptado ao cinema.

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Espera por mim [If I stay 2], de Gayle Forman - Opinião

Título original - Where she went
Saga: If I stay #2
Editora: Editorial Presença
Sinopse: Passaram três anos desde que o amor de Adam ajudou Mia a recuperar após o trágico acidente que vitimou a sua família – e três anos desde que Mia decidiu afastá-lo da sua vida sem lhe dar explicações. Quando uma noite os seus caminhos se cruzam na cidade de Nova Iorque, ambos têm a oportunidade de se confrontar com os fantasmas do passado e de abrir o coração ao futuro.

Opinião:
Já tem imenso tempo que li Se eu ficar, recordo-me que na altura fiquei impressionada com o acidente, e toda a perda descrita. Perdi o meu pai há menos de um ano, e foi o mais difícil que me aconteceu.
Três anos passaram desde a que a Mia despertou e saiu da vida do Adam, sem nunca olhar para trás.
A Mia é agora um prodígio do violoncelo, formada pela Juilliard, e o Adam, uma estrela mundial de rock. Quis o destino que os seus caminhos se cruzassem uma última vez, antes de retomarem as suas rotinas insanas.
Neste volume, temos a perspectiva do Adam, o que se revelou uma surpresa. Foi difícil mas resisti e não li a sinopse. Quase tudo o que leio tem voz feminina, então foi uma mudança bem-vinda.
A narrativa alterna entre o passado e o presente, de uma forma que nos mostra como as situações evoluíram até “o agora”.
Dou crédito à perseverança da Mia, que se agarrou ao seu sonho e fez dele um farol, para se guiar através da dor.
Já o Adam perdeu o rumo. Porém o encontro com Kim, foi catártico e toda a dor e frustração desencadearam eventos que definiram a sua vida de modo permanente. Saiu da estagnação, e tornou-se famoso, o que para muitos é o auge da vida.
Conquistou imenso, mas ele esteve só, infeliz e amargurado a maior parte do tempo. Agradou-me que a autora não tenha cometido o cliché de escrever um astro que tenha cedido a vícios associados às celebridades.
Dois aspectos muito positivos foram: explorar Nova Iorque à noite, e descobrir atracções interessantes, que não são pontos de interesse principais ligados à cidade. Este último, é das coisas que procuro quando planeio explorar um local novo.
Cada um lida com o luto à sua maneira, não existe uma forma padrão. O entendimento do que cada um teve que lidar, e uma conversa honesta, no tempo adequado, permitiram que ficassem mais perto de curar feridas antigas e se achar “closure”.
Gostei mais desta sequela, que foi também uma história dramática, uma verdadeira montanha russa de emoções. Foi bom acompanhar a interacção do par, e ver a música como um factor que ajuda a sarar e que une mundos. 

★★★

Book trailer

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Queen song [Red queen 0.1], de Victoria Aveyard - Opinião

Título original - Queen song
Saga: Red queen #0.1
Sinopse: Queen Coriane, first wife of King Tiberias, keeps a secret diary—how else can she ensure that no one at the palace will use her thoughts against her? Coriane recounts her heady courtship with the crown prince, the birth of a new prince, Cal, and the potentially deadly challenges that lay ahead for her in royal life.

Opinião:
Já afastada desta saga há imenso tempo, não me recordava muito do enredo, excepto alguns pontos chave. Confesso que tenho o volume 2 a apanhar pó há anos, então optei pela reintrodução com esta breve história.
Somos sugados por este universo pela mão da Coriane, uma Prateada de uma família não proeminente que conquista o coração do príncipe herdeiro, Tibe. Conhecemo-la na adolescência, altura em que começa a manter um diário.
Somos introduzidos ao modo como vive, à relação com os familiares, ao seu carácter curioso, às rivalidades que desperta. Ela não é a típica mocinha que esperam que seja, embora se esforce, mas é esta sua faceta distinta que cativa Tibe.
Quezílias surgem na sociedade quando percebem que a Prova Real não terá lugar. Essa é a competição para eleger a "filha mais talentosa" que é quem se casa com o futuro rei. Muitos ficam desagradados. A Coriane escreve no diário as suas frustrações e medos: acontecimentos posteriores ao matrimónio levantam suspeitas de ter a mão de algum malfeitor. 
A impressão que eu fiquei, é que apesar de ela ter agido e procurado se informar, de algum modo, algo lhe escapou. Lembrei-me também do ditado popular, "se queres alguma coisa, fecha a boca e não digas a ninguém". Foi a partir desse instante que as coisas melhoraram, ainda que temporariamente. Isso, e ter arranjado um silenciador.
Já se sabia do destino trágico que a rainha Coriane teve, houve menção no volume Rainha vermelha. Contudo, após esta leitura, fica bem evidente que certas pessoas não olham a meios para atingir os fins. 
Fiquei na dúvida se a opositora se tornou dama de companhia ou se terá manipulado alguém, para que pudesse ter acesso ao diário, e ainda, se manipulou apenas a condição mental ou também a atitude da rainha.
Os aspectos positivos que mais me chamaram a atenção foram: a relação ser fruto de amor verdadeiro, o facto da rainha dar valor aos Vermelhos e a maneira como interagia com o Cal, especialmente, montando juntos os brinquedos que ele estragava.
★★★

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Anya's Ghost. de Vera Brosgol - Opinião

Título original - Anya's ghost
Sinopse: Anya could really use a friend. But her new BFF isn't kidding about the "Forever" part. Of all the things Anya expected to find at the bottom of an old well, a new friend was not one of them. Especially not a new friend who’s been dead for a century.
Falling down a well is bad enough, but Anya's normal life might actually be worse. She's embarrassed by her family, self-conscious about her body, and she's pretty much given up on fitting in at school. A new friend—even a ghost—is just what she needs.
Or so she thinks. Spooky, sardonic, and secretly sincere, Anya's Ghost is a wonderfully entertaining debut from author/artist Vera Brosgol.

Opinião:
A minha estreia com a autora deu-se por acaso, nas sugestões do GR. Tinha lido recentemente "O azul é uma cor quente" e estava com disposição para mais uma graphic novel, pelo que a capa chamou-me a atenção e a sinopse captou o meu interesse.
O livro é bonito, a arte é simples mas entretente, composta por um background assim meio preto e branco, com muitas oscilações de cinzento e julgo que lilás, o que é bom, pois não nos distrai muito da narrativa, efeito que pode ser produzido com cores muito garridas. Abaixo segue o book trailer para espreitarem.
A Anya é uma estudante um tanto anti-social, desiludida com a vida que leva. Um dia, chateada, falta à escola para andar num parque, e cai num buraco. Ao fim de dois dias é encontrada mas não vem sozinha. 

Antes dela, já outra rapariga tinha caído no mesmo local sem nunca ter sido descoberta. Durante anos, o seu espírito permaneceu lá, ligado às suas ossadas. Por um acaso, é-lhe permitido sair e vir para o mundo, neste século. A Emily passa a ser a companhia de Anya e tornam-se amigas.
Pode-se dizer que a Emily veio melhorar a vida da Anya, em muitos aspectos. Ela realmente sentia-se mais feliz, confiante e realizada, sobretudo quando começou a ser notada pelo Sean. A
 sua amiga, Siobhan, tem opiniões divergentes relativamente ao moço, o que origina um desentendimento.
Achei tosco, virar as costas à única amiga que tem, por estar a alertá-la para a possibilidade de ele poder magoa-la, quando isso apenas demonstra afecto e preocupação. Talvez por ser uma adolescente, ainda não tem a capacidade ou discernimento para entender isso, vendo apenas a sua versão das coisas.
Para Anya, não importa, uma vez que tem uma nova amiga que aprova o Sean, e dispôs-se a ajudá-la (outra parvoíce, substituir a antiga amizade por algo novo). Como retribuição, a protagonista propõe investigar sobre o assassino, para que ela possa partir em paz.
A trama abrange temas como a necessidade de aceitação pelos colegas, principalmente quando as suas raízes são de tão longe, e correndo o risco de sofrer preconceito, a subsequente indispensabilidade, auto-imposta, de se encaixar nos padrões, o bullying, a inacção de mudar o seu percurso para se afastar do que é danoso.
Temos aqui outra situação daquelas que, nem tudo é o que parece. A solidão e o desejo de pertencer a algo, limita a visão das pessoas, e os predadores estão à espreita.
Eu achei bem creepy, a Emily desenvolver uma obsessão pelo que se passa na vida da Anya, parecia querer viver através dela. Foi bem inesperado e "deu uma agitada" na história.
Com a progressão da narrativa, nota-se um crescimento da personagem principal, o que aconteceu, fê-la parar, e em retrospecção, contribuiu para a aprendizagem de algumas lições de vida. Achei sobretudo bonito ela ter descoberto a empatia.
Talvez o final pudesse ter sido um pouquinho mais desenvolvido, mas não deixa de ser uma obra bastante envolvente, que devorei de uma vez.
★★★★ 

Book trailer