sexta-feira, 30 de setembro de 2016

O ídolo na escola, de Meg Cabot - Opinião

Título original - Teen idol
Editora: Bertrand
Sinopse: Perguntem à Annie
Perguntem à Annie tudo o que quiserem sobre os vossos
complexos relacionamentos interpessoais. Vá, atrevam-se!
Todas as « cartas à Annie » estão sujeitas a publicação no Clayton
High School Register. Garantida a confidencialidade dos nomes e
endereços e-mail dos correspondentes.
« Querida Annie,
Okay, segui o teu conselho e disse-lhe. E sabes uma coisa?
Acontece que ele também me ama!
Por isso... o que é que eu faço agora?
Já não desesperada

Querida Já não desesperada,
Vivam felizes para sempre.
Annie»


Opinião:
A nossa protagonista é uma jovem que trabalha anonimamente como conselheira do jornal da escola, e por ser tão boa com segredos é chamada para uma tarefa altamente secreta. Ela foi designada para ser a guia e companhia diária de um famoso actor, que vai para a sua escola de modo a estar em contacto com a realidade de um papel que irá interpretar no seu próximo filme.
Pelo meio, ela tem que lidar com a sua própria realidade e fazer de tudo para manter a identidade do jovem escondida de todos, o que é bem difícil quando a melhor amiga é a fã número 1 do actor em questão. Conseguirá ela lidar com tudo o que tem entre mãos?
Este livro é bem "teen" mas é evidente a diferença de mentalidade do ídolo comparada à dos seus colegas de escola (vá lá que ele é mais velho mas é uma pessoa com muita empatia). O discurso dele realmente teve impacto na protagonista, levando-a a reflectir e em última instância, foi o que a impulsionou a tomar atitude e provocar uma mudança. 
Achei piada o facto de ninguém reconhecer o famoso com óculos de vista e um estilo de vestir diferente do seu usual, fez-me lembrar o super homem/Clark Kent (risos).
Gostei de acompanhar o que foi o crescimento pessoal da protagonista, bem como o florescer dos sentimentos pelo rapaz com quem ela ficou (não divulgarei).
Foi uma leitura que proporcionou momentos agradáveis de lazer.

domingo, 25 de setembro de 2016

A moeda [Conto], de Gonçalo M. Tavares - Opinião

Sinopse: Kartopeck, homem rude, avesso à cidade, vê o seu rosto desfigurado por manchas enigmáticas que lhe causam um enorme desconforto. Pensa que vai morrer. A prostituta que lhe vende os serviços conta-lhe as moedas, mas também as manchas. E ri-se.

Opinião:
Mais um mês, mais autor novo. Um homem preocupa-se com manchas que tem no rosto, julgando estar relacionado com algum problema de saúde vai ao médico. Este assegura-lhe que não tem que preocupar-se. Apenas a prostituta é quem as conta, bem como as moedas.
Ao ler este conto parecia que estava a entrar em algo que já tinha sido iniciado antes. Achei meio estranho, por um lado ele, a mãe doente e o seu aspecto, por outro lado a prostituta que lhe conta as manchas e as moedas do pagamento. A única coisa evidente é que quanto mais as manchas alastram, mais excluído ele se sente, e deve ser por isso que a procura. Não achei lá muita piada à história.
O conto encontra-se disponível gratuitamente online aqui (pdf). 

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Flunked [Fairy tale reform school 1], de Jen Calonita - Opinião

Título original - Flunked
Saga - Fairy tale reform school #1
Sinopse: Would you send a villain to do a hero's job? An exciting new twisted fairy tale series from award-winning author Jen Calonita.
Full of regret, Cinderella's wicked stepmother, Flora, has founded the Fairy Tale Reform School with the mission of turning the wicked and criminally mischievous into upstanding members of Enchantasia.
Impish, sassy 12-year-old Gilly has a history of petty theft and she's not too sorry about it. When she lifts a hair clip, she gets tossed in reform school-for at least three months. But when she meets fellow students Jax and Kayla, she learns there's more to this school than its sweet mission. There's a battle brewing and she starts to wonder: can a villain really change?

Opinião:
Descobri este retelling no GR, quando andava por lá a explorar. Pareceu-me uma capa apelativa pelo que quando li a sinopse decidi-me a lê-lo.

Este livro tem a acção a passar-se posteriormente às histórias de contos de fadas tal como as conhecemos, já numa fase em que a maioria das grandes vilãs reconheceu os seus erros, arrependeu-se e agora trabalha a favor do bem e da sociedade na escola reformatório de contos de fada.
Fundada pela madrasta da Cinderela, a escola tem como missão transformar jovens delinquentes em cidadãos exemplares. É para aqui que a filha do sapateiro, Gilly é enviada quando o seu mais recente roubo é descoberto, contudo ela afirma que as suas acções são o que permite providenciar mais alimentos para a sua família, agora que a fada madrinha produz o modelo inventado pelo seu pai, o sapatinho de cristal.
Ao chegar à escola ela faz amizades e percebe que afinal não é assim tão mau estar lá, porém eventos estranhos começam a acontecer e logo entende que existem outras forças escondidas por trás daquela fachada.
Uma história que me divertiu com as peripécias e as desculpas usadas, mas que também teve o seu lado tenebroso, com alguns maus à solta a lançar o caos.
Achei revigorante ler esta versão do que aconteceu após as histórias que crescemos a ouvir. Claro que as princesas lideram o reino, tudo bem, é o esperado, mas agradou-me bastante ler acerca da vida dos vilões, que aqui foram reintegrados na sociedade e realmente tiveram a sua segunda oportunidade na vida.
Sendo protagonizada por uma criança de doze anos, considero a história adequada para as diversas faixas etárias. Tem acção, drama, fantasia, e algumas situações inesperadas que me mantiveram cativada. Aconselho :)

domingo, 11 de setembro de 2016

The sleeper and the spindle, de Neil Gaiman - Opinião

Título original - The sleeper and the spindle
Sinopse: A thrillingly reimagined fairy tale from the truly magical combination of author Neil Gaiman and illustrator Chris Riddell – weaving together a sort-of Snow White and an almost Sleeping Beauty with a thread of dark magic, which will hold readers spellbound from start to finish. On the eve of her wedding, a young queen sets out to rescue a princess from an enchantment. She casts aside her fine wedding clothes, takes her chain mail and her sword and follows her brave dwarf retainers into the tunnels under the mountain towards the sleeping kingdom. This queen will decide her own future – and the princess who needs rescuing is not quite what she seems. Twisting together the familiar and the new, this perfectly delicious, captivating and darkly funny tale shows its creators at the peak of their talents.
Lavishly produced, packed with glorious Chris Riddell illustrations enhanced with metallic ink, this is a spectacular and magical gift.


Opinião:
Depois de Por sorte, o leite e ainda sem ter lido o meu exemplar de The graveyard book, lancei-me de cabeça nesta obra, que pareceu-me misturar duas das minhas histórias de infância preferidas, e lhes deu uma nova e vibrante cara.
Na véspera do casamento, a rainha ouve rumores de que uma "doença" está a alastrar-se, na qual as pessoas simplesmente caem no sono. Ela decide adiar o casamento e vai com os anões investigar. 
Ao longo da viagem deparam-se com pessoas adormecidas que por algum motivo, não envelhecem e movem-se em conjunto como que marionetes. Os heróis seguem rumo ao castelo, tendo como obstáculos os espinhos de roseiras. O que os aguarda no seu interior é algo surreal.
A branca de neve encontra-se com a bela adormecida neste vibrante livro de Neil Gaiman, num "retelling" inesperado. Gostei imenso! 
Primeiro, não há cá príncipes para salvar o dia e sim uma corajosa e independente rainha que decide o seu destino. Sem os convencionalismos que crescemos a ouvir, a história surpreende o leitor com as decisões ousadas daquela mulher, pelo que nos questionamos diversas vezes "o que irá acontecer? O que é que ela vai fazer agora?".
O que mais me entusiasmou foram os acontecimentos na torre e as descobertas, o que foi uma revelação bombástica e que deu uma grande reviravolta na trama, produzindo uma fantástica história que aconselho às mais diversas faixas etárias. 

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Morning star [Red rising 3], de Pierce Brown - Opinião

Título original - Morning star
Saga: Red rising #3
Sinopse: Darrow would have lived in peace, but his enemies brought him war. The Gold overlords demanded his obedience, hanged his wife, and enslaved his people. But Darrow is determined to fight back. Risking everything to transform himself and breach Gold society, Darrow has battled to survive the cutthroat rivalries that breed Society’s mightiest warriors, climbed the ranks, and waited patiently to unleash the revolution that will tear the hierarchy apart from within.
Finally, the time has come.
But devotion to honor and hunger for vengeance run deep on both sides. Darrow and his comrades-in-arms face powerful enemies without scruple or mercy. Among them are some Darrow once considered friends. To win, Darrow will need to inspire those shackled in darkness to break their chains, unmake the world their cruel masters have built, and claim a destiny too long denied—and too glorious to surrender.



Opinião:
Eis a conclusão da saga que reuniu seguidores um pouco por todo o mundo! Longe de ser um tipo de leitura que normalmente aprecio devido ao conteúdo violento e descrições explicitas de tortura e actos desumanos, a saga conseguiu despertar o meu interesse por se tratar de uma distopia. Resolvi experimentar e realmente acabei por gostar e querer acompanhar a tortuosa jornada do Darrow.
Depois daquele terrível desfecho do Golden son, Darrow foi dado como morto pela sociedade quando na verdade foi aprisionado e torturado pelo Chacal. Passado um ano, o ponto de partida deste volume é o seu resgate.
Num acto de coragem, Ares libertou e difundiu em grande escala o vídeo do Darrow a ser "entalhado", de Vermelho a Dourado e todos ficaram a saber a verdade sobre o homem por detrás de todos aqueles feitos grandiosos. Tal gesto, motivou raiva de um lado mas do outro lado simbolizou uma conquista e um sopro de esperança. 
[Pode conter spoilers]
Darrow foi posto a par da actualidade e ficou contente por saber que os Filhos de Ares se mantiveram, mesmo após a morte do seu líder. A salvação de alguns vermelhos e o seu deslocamento para um local seguro, bem como o resgate do herói foram levados a cabo pelo actual Ares, que jamais acreditou que ele estava morto. 
Passado um período de recobro e com Victra do lado dos bons, estava na hora de traçar uma nova estratégia e reestruturar o sistema, pois o modo como os Filhos tinham actuado não tinha sido impactante nem parecia estar a ir longe.
Assim sendo e com o apoio dos seus amigos, novas (e impensáveis!) alianças são propostas junto de cores altas e baixas cores, e planos ousados são levados a cabo, tudo por um propósito, tudo por um melhor futuro, sem correntes, de igualdade e justiça.
Uau...que livro fascinante, adorei-o, talvez a obra que mais gostei de ler este ano! É uma verdadeira montanha russa, com altos e baixos que despertaram muitas emoções, inclusive tive que fazer uma pausa quando uma personagem foi atingida inesperadamente seis vezes no tronco! Bem, na verdade não consegui ficar muito tempo afastada do livro, pelo que retomei passados alguns dias.
À parte das baixas da guerra e outras perdas estimadas, apreciei verdadeiramente a inteligência, a estratégia e ousadia que caracterizam o livro e fiquei deveras satisfeita com o rumo e desfecho da saga. Aconselho vivamente ;)