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quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Laura Dean keeps breaking up with me, de Mariko Tamaki, Rosemary Valero-O'Connell (Ilustrações) - Opinião

Título original -
Laura Dean keeps breaking up with me
Sinopse: Laura Dean, the most popular girl in high school, was Frederica Riley's dream girl: charming, confident, and SO cute. There's just one problem: Laura Dean is maybe not the greatest girlfriend.
Reeling from her latest break up, Freddy's best friend, Doodle, introduces her to the Seek-Her, a mysterious medium, who leaves Freddy some cryptic parting words: break up with her. But Laura Dean keeps coming back, and as their relationship spirals further out of her control, Freddy has to wonder if it's really Laura Dean that's the problem. Maybe it's Freddy, who is rapidly losing her friends, including Doodle, who needs her now more than ever. Fortunately for Freddy, there are new friends, and the insight of advice columnists like Anna Vice to help her through being a teenager in love.
Mariko Tamaki and Rosemary Valero-O’Connell bring to life a sweet and spirited tale of young love that asks us to consider what happens when we ditch the toxic relationships we crave to embrace the healthy ones we need.

Opinião:
Aqui vos deixo a opinião de um graphic novel que segue parte da vida de Frederica - Freddy - no ensino secundário. A Freddy tem uma relação on and off com a popular Laura Dean, o que além de afectar como ela se sente, começa a afectar também as suas relações com os seus amigos.
A adolescência pode ser uma fase conturbada e imensas vezes não conseguimos ou não queremos enxergar o que não está funcionando para nós. Foi exactamente isso que aconteceu com a protagonista e foi preciso errar diversas vezes para finalmente conseguir sair do ciclo vicioso em que se encontrava.
Uma das coisas que mais gostei, foi de ver o crescimento pessoal da Freddy ao longo da história. Ela passa de "viver para o relacionamento", para uma pessoa que se valoriza, se prioriza e com mais noção do que a rodeia.
Esta obra tem ilustrações bonitas predominantemente em tons de rosa, branco, preto e cinza, e aborda temáticas como relações tóxicas, amizades, decisões difíceis e amor-próprio.
★★★

domingo, 16 de janeiro de 2022

Te encontro às onze, de Victor Lopes - Opinião

Título original -
Te encontro às onze
Sinopse: Esta é a história do Manuel e do Arthur. Eles se conhecem há dois anos e, durante esse período, viram a amizade que surgiu graças a uma série de livros famosa se transformar em um sentimento muito maior e mais profundo. Mas os medos de Manuel parecem tão grandes que talvez o tempo se torne um de seus maiores inimigos e o grande vilão nessa possível história de amor.
Quanto tempo você aguentaria esperar para ter um encontro com a pessoa que ama?

Opinião:
Te encontro às onze traz-nos a história de dois jovens rapazes, Manuel e Arthur, que se conheceram online devido a um gosto em comum, por ambos serem fãs de uma saga de livros. Conversa puxa conversa, logo descobriram que o que tinham em comum era muito mais do que gosto literário, e sentimentos floresceram.
Assim que o Manuel viu o aspecto do Arthur, ficou inseguro e com medo de ser rejeitado pela sua própria aparência. É um bocado cruel, o mundo que nos rodeia impor tantos padrões, muitas vezes irrealistas, do que é considerado belo actualmente. E pior do que isso, é a maneira como afecta as pessoas ou antes devo talvez dizer, a maneira como algumas pessoas deixam-se afectar e o peso que dão à opinião que os outros vão ter de si.
Esta obra é curta e amorosa porém deixa-nos com um convite à reflexão.
★★★

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

The invisible lesbian, de Océanerosemarie, Murielle Magellan (Script), Sandrine Revel (Art and Colors) - Opinião

Título original - La Lesbienne invisible
Sinopse: Oceanerosemarie has been attracted to women since she was young. For some reason, no one believes she's a lesbian, not even other lesbians. Is she too feminine? She does love women, but she also loves lipstick and pretty flowery dresses. Going from a women's soccer club to the ultra-trendy nightclub "Le Pulp", she explores and decodes the stereotypes associated with lesbians, and she doesn't spare the heteros either!
A well-written, miles-away-from-the-usual-cliches, funny and compelling graphic novel.

Opinião:
Com o propósito de explorar um género literário que não me é muito familiar, optei por "the invisible lesbian". Se formos ver, na verdade é mais do que um género literário, uma vez que junta LGBT com graphic novel.
A primeira coisa que notei é que a arte da capa difere da arte do conteúdo da obra. Completamente. O que não é propriamente uma coisa má, mas um pouco inesperado. Porém devo dizer que achei que proporcionou bastante entretenimento.
Nesta obra, acompanhamos o crescimento da protagonista, a descoberta da sexualidade e da sua identidade sexual; de como ela se sente ao crescer enquanto lésbica. A certa altura, ela tem uma visão de si própria, da qual se considera como sendo uma lésbica invisível, da qual ninguém parece levar-lhe a sério no que toca à sua orientação sexual.
Ao longo da sua jornada, são diversas as situações representadas e algumas das quais descrevem estereótipos. Não entendo muito bem se será uma maneira das autoras tecerem uma crítica ou se acabam por estar a perpetuar.

No panorama geral, achei esta obra interessante, com diversos momentos de humor mas com um final abrupto.
★★★

segunda-feira, 11 de maio de 2020

O Azul é uma cor quente, de Julie Maroh - Opinião

Título original - Le bleu est une couleur chaude
Editora: Arte de autor
Sinopse: Este livro conta-nos a história de Clementine, uma adolescente de 15 anos, que um dia se cruza na rua com um par de raparigas. Uma delas tem o cabelo pintado de azul e sorri-lhe. A partir desse preciso momento, tudo muda na vida de Clementine: a sua relação com os amigos na escola, a sua relação com a família, as suas prioridades... e sobretudo a sua sexualidade. Através de textos do diário da protagonista, o leitor acompanha o primeiro encontro de Emma e Clementine que tentam amar-se apesar das dificuldades implícitas na visão da homossexualidade por parte da sociedade e dos próprios preconceitos de Clementine.
É difícil saber o que é o amor e que aspecto assume, mas o amor entre as duas caminha entre as descobertas, tristezas e maravilhas dessa mesma relação.
Para além de ser uma obra premiada (teve, entre outros o Prémio do Público do Festival Internacional de Angoulême), O Azul é uma cor Quente é a BD que inspirou o filme A Vida de Adéle, de Abdellatif Kechiche, o qual ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes, em 2013.

Opinião:

Quando a Clementine se cruza com uma estranha de cabelo azul, a sua vida muda. Tudo o que acreditava, tudo o que achava saber deixou de estar claro, levantam-se imensas dúvidas e crescem os sentimentos de confusão. Atravessar a adolescência é complicado, mais ainda se houver incertezas quanto à preferência sexual. 
Tomei conhecimento deste título através de uma votação num grupo do GR cuja temática recaiu sobre LGBT e ao ler a sinopse, soube que o ia ler mesmo que não fosse seleccionado. Foi assim que fiquei sabendo que foi adaptado cinematograficamente e inclusive foi galardoado em Cannes, então ver o filme é o próximo passo.
Esta foi a segunda graphic novel que li, se não estiver a contar com as leituras de manga. Toda a arte é composta em preto e branco, à excepção do azul que dá nome à obra. Talvez para ilustrar que a vida da protagonista era sem tonalidade, sem graça até se apaixonar, e depois a Emma tornou-se a cor que veio dar sentido aos dias da Clementine. 
A trama ocorre durante vários anos permitindo-nos assistir ao desenvolvimento da personagem central, o que é interessante de se acompanhar, uma vez que ela passa pela adolescência até se tornar adulta. Somos por isso testemunhas de todo um processo de auto-conhecimento, amadurecimento e a descoberta do amor. Por falar em amor, eu achei que a autora explorou-o de uma forma tão bonita, emotiva e real, mostrando verdadeiramente que o amor é para todos (obviamente). 
A família da Clementine, visivelmente incomodada, teve uma reacção abrupta e isso impactou grandemente a sua felicidade, que acabou por nunca se sentir realizada. Eu confesso, que me impressionou um pouco. 
Esse relato traduz a não aceitação que muitas pessoas estão sujeitas mas não é motivo para não perseguir a felicidade, e acho que essa é outra mensagem que a autora procurou transmitir.
Esta foi uma leitura rápida e envolvente, na verdade li-o todo de uma assentada, incapaz de o "largar".
★★★★


O filme adquiriu o título "La vie d'Adèle".