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sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

The Christmas Tree Farm [Dream Harbor 3], de Laurie Gilmore - Opinião

Título original -
The Christmas Tree Farm
Saga: Dream harbor #3
Sinopse: Kira North hates Christmas. Which is unfortunate since she just bought a Christmas tree farm in a town that’s too cute for its own good.
Bennett Ellis is on vacation in Dream Harbor taking a break from his life in California. And most importantly, taking a break from his latest run of disastrous dates.
After a run in with Kira in her fields, Ben has no intention of offering to help the grumpy owner set up her tree farm, despite the fact she’s clearly got no idea what she’s doing.
Kira knows she should stop being so stubborn, but her farm is not all cute and cozy like people always show on social media, it’s borderline dangerous with no heating, and she’d rather no one saw it.
But somehow fate finds Ben at Kira’s farm once more, and as Kira watches him swing an ax at the first tree, she finds herself appreciating his strength and questionning why she refused help in the first place..

Opinião:
De modo a dar continuação à saga, li este livro com o pessoal do bookclub do instagram, imediatamente após ler o volume 1 e 2 - nós lemos um livro por mês. 
Após o fofíssimo segundo volume, eu vinha com muito entusiasmo para ler o The Christmas Tree Farm. A verdade é que apesar de ter os seus pontos fortes e momentos engraçaditos, eu desiludi-me pois este volume não foi tão bom como o anterior.
Esta saga introduz sempre as personagens principais do livro seguinte em algum momento de um livro anterior e foi bom finalmente conhecer o irmão da Jeanie, o Ben. Ele é tão bonzinho e prestativo, o oposto exacto da Kira! 
As interacções deles proporcionaram alguns momentos cómicos e momentos escaldantes, e o Ben realmente fez da Kira uma pessoa mais tolerante e mais capaz de se aceitar e aceitar os outros.
★★★

sábado, 27 de janeiro de 2024

The Kamogawa food detectives, de Hisashi Kashiwai - Opinião

Título original - The Kamogawa food detectives
Sinopse: What’s the one dish you’d do anything to taste just one more time?Down a quiet backstreet in Kyoto exists a very special restaurant. Run by Koishi Kamogawa and her father Nagare, the Kamogawa Diner treats its customers to wonderfully extravagant meals. But that's not the main reason to stop by...
The father-daughter duo have started advertising their services as 'food detectives'. Through ingenious investigations, they are capable of recreating a dish from their customers' pasts – dishes that may well hold the keys to forgotten memories and future happiness.
From the widower looking for a specific noodle dish that his wife used to cook, to a first love's beef stew, the restaurant of lost recipes provides a link to the past – and a way to a more contented future.
A bestseller in Japan, The Kamogawa Food Detectives is a celebration of good company and the power of a delicious meal.

Opinião:
Eu nunca tinha ouvido falar desta obra, mas saltou-me à vista o título e a capa, fiquei intrigada. Não comecei a ler de imediato mas assim que peguei no livro, não o consegui largar antes de acabar um capítulo inteiro.
Este livro são um conjunto de histórias e cada história é um capítulo. Em cada capítulo a investigação ronda um prato que alguém comeu e por algum motivo já não pode voltar a saboreá-lo.
Eu gostei bastante. Foi uma leitura contemporânea, que foi rápida e leve, deixando-me com um uma sensação de nostalgia. Também me fez lembrar em refeições que partilhei com quem já não está entre nós, infelizmente.
★★★★

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Menina veneno, de Carina Rissi - Opinião

Título original -
 Menina veneno
Sinopse: Você conhece a história de uma certa princesa que sofreu inúmeras tentativas de assassinato por sua madrasta, uma delas com uma maçã envenenada. O bem contra o mal, a indefesa donzela ameaçada pela perversa Rainha... É bonito, não é mesmo? Francamente, me embrulha o estômago só de falar dessa história da carochinha. Eu não sou uma bruxa, não sou má e eu nunca planejei matar ninguém. Por anos, fui a maior modelo do planeta, o nome mais poderoso do mundo da moda... Até o dia em que a insossa da minha enteada, Bianca, roubou a minha maior campanha. Dá pra acreditar? Bianca é tão sonsa... e tem esse arzinho azedo e avoado que me dá vontade de voar no pescoço dela... Eu sei, parece mesmo que eu fiz tudo o que a imprensa me acusa de ter feito. Mas não foi bem assim. Senta aqui e me ouça até o fim. Depois me diga se acha mesmo que mereço o título de Rainha Má... Talvez só Rainha seja muito melhor.

Opinião:
Eu adoro ler um retelling de vez em quando, e quando li a sinopse, julguei que este livro fosse um retelling da história da branca de neve, relatado do ponto de vista da madrasta. Não se deixem enganar pois não o é. É uma outra história e tem apenas umas nuances que fazem lembrar a história da branca de neve.
A narrativa acontece do ponto de vista da madrasta, que relata os eventos actuais bem como eventos mais antigos sobre como ela entrou na vida da Bianca, como se tornou uma mulher proeminente no mundo da moda e como aconteceu o "mal entendido".
Um dos aspectos que gostei foi de termos conhecido um outro lado daquela pessoa que se apresentava fútil, supérflua e que afinal conheceu o amor. 
★★★

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Playlist for the dead, de Michelle Falkoff - Opinião

Título original -
Playlist for the dead
Sinopse: Here’s what Sam knows: There was a party. There was a fight. The next morning, Sam’s best friend, Hayden, was dead. All he left Sam was a playlist of songs—and a note, saying that he took his own life. But what Sam doesn’t know is: Why?To figure out what happened, Sam has to rely on the playlist and his own memory. But the more he listens, the more he realizes that his memory isn’t as reliable as he thought. Especially when someone claiming to be Hayden starts sending him cryptic messages, and a series of violent attacks begins on the bullies who made Hayden’s life hell.
Sam knows he has to face up to what happened the night. But it’s only by taking out his earbuds and opening his eyes to the people around him—including an eccentric, unpredictable girl who’s got secrets, too—that Sam will finally be able to piece together his best friend’s story.
And maybe have a chance to change his own.

Opinião:
Já tinha ouvido falar deste título de literatura contemporânea, mas só agora é que lhe dei mais atenção.
Playlist for the dead começa imediatamente com o Sam a encontrar o Hayden morto no quarto. Ele constata que o amigo suicidou-se ao deparar-se com um frasco vazio de comprimidos. Este calculou que o Sam seria quem o encontraria e deixou-lhe uma nota junto da playlist: "para o Sam, escuta e compreenderás".
O funeral acaba por ter um momento tumultuoso, o Sam abandona a cerimónia e dedica-se às músicas. De caras, apenas algumas delas consegue associar a determinados momentos.
À medida que o tempo vai passando, ele fica com a sensação que não entende nada, até que começa a conviver com outros colegas. À sua maneira, cada um deles tem algo a contar sobre Hayden.
A obra aborda um tema controverso - o suicídio - até hoje li pouca coisa que tocasse essa temática mas o que notei de caras, é que deixa algum peso nas emoções dos leitores, ou pelo menos aconteceu comigo e acabei me sentindo um bocado deprimida, ainda para mais que houve bullying envolvido e é terrível. Há sempre muitos "e se" e a maioria dos personagens acaba por sentir que tem alguma responsabilidade pelo que aconteceu, seja de forma directa ou indirectamente.
Ao conversar com o Sam, parecia que cada um estava a travar uma batalha interna. Este livro mostrou-nos essencialmente o lado daqueles que de alguma forma conviviam com o Hayden, de como sentiam pesar e culpa, e de como viverão após a tragédia.
Agradou-me a perspectiva de termos ficado a conhecer o Hayden através das outras personagens.
Eu não conhecia grande parte das músicas mas pessoalmente, achei que a playlist não ajudou o Sam em nada a não ser perceber que haviam mais pessoas na vida do amigo. Se ele não tivesse expandido o seu circulo de amizades, não iria a lado algum.
★★★

sexta-feira, 15 de julho de 2022

As coisas mais delicadas, de Matthew Quick - Opinião

Título original - Every exquisite thing
Editora: Editorial Presença
Sinopse: Aos 18 anos, Nanette O’Hare é a típica rapariga bem-comportada. Porém, ela nunca sentiu realmente fazer parte de um grupo, sufocando num permanente desconforto com diversas atitudes das amigas e com os padrões sociais estabelecidos. Mas tudo muda quando, no último ano do colégio, ela recebe um livro do seu professor preferido, o clássico o Ceifador da Pastilha Elástica.
Nesse momento, Nanette fica fascinada com a mensagem de que ela pode ser de facto quem é. Nanette torna-se amiga do recluso autor e apaixona-se por Alex, um jovem poeta que também é fã do livro. Encantada com este novo mundo que se abre, ela vai, pela primeira vez, tomar as suas próprias decisões.No entanto, aos poucos Nanette percebe que a liberdade pode ser um desejo arriscado e começa a questionar se a rebeldia não tem um preço demasiado elevado.

Opinião:
A Nanette era uma jovem a quem recomendaram um livro que alterou para sempre a sua vida. Às vezes existem livros grandiosos assim, às vezes são apenas livros com as palavras certas nos momentos certos, às vezes são revolucionários e nos fazem questionar. Para ela, talvez tenha sido um pouco de cada uma dessas coisas, porém o livro mudou a sua vida.
De inicio até estava a gostar do que lia, tinha até curiosidade em ler mais mas a partir de certa altura, foi complicado apreciar a leitura. 
Por vezes existe mesmo demasiado "peer pressure" e compreendo que para muitas pessoas, seja difícil não ceder. A Nanette parecia um robot, uma casca de si mesma, estava vivendo em piloto automático, vivendo e fazendo o que esperavam de si, o que todos estavam fazendo, abdicou da sua essência, do seu "eu". 
Acho que acima de tudo, este foi um livro sobre o poder que as palavras têm nos outros. Eu terminei o livro mas na verdade, tive que pousá-lo diversas vezes pois realmente não gostei de o ler.
★★

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Younger - Mais uma oportunidade, de Pamela Redmond Satran - Opinião

Título original - Younger
Editora: Suma de Letras
Sinopse: Agora que o marido desapareceu e a filha cresceu, Alice precisa desesperadamente de uma nova vida. Graças a alguma tinta para o cabelo e a uns jeans justos, conquista um homem mais jovem e o trabalho que tinha antes de se converter numa mãe a tempo inteiro. Pela primeira vez, Alice, ao lado do jovem Josh e com o trabalho na editora, sente-se verdadeira e que a vida lhe está a oferecer muitas possibilidades.

Opinião:
Li este livro pois apetecia-me algo contemporâneo assim mais para o fim do ano. Vim a descobrir que fizeram uma série com base nesta obra, contudo não me parece que vá ser algo que eu tente ver.
A Alice abriu mão da sua carreira para ser mãe e dona de casa a tempo integral, agora que o marido a deixou e a filha está criada e emigrou, ela sente que atingiu o fundo do poço. Ela decide então visitar a sua amiga de longa data, Maggie, que a convence a fazer uma "makeover". Apesar de ter bons genes, esta transformação é muito bem sucedida, deixando-a com uma aparência bem mais jovem.
Sou apologista de que quando uma pessoa sente-se bem consigo própria, confiante e aberta a possibilidades, as coisas parecem encaixar melhor. Poderá também ser devido a adquirir uma nova forma de estar e de ver a vida. Foi isso que aconteceu com a nossa protagonista, encorajada pela melhor amiga a ter novas experiências e a lutar por oportunidades que lhe passaram ao lado na juventude, o que curiosamente, também se aplicou à Maggie.
Esta foi uma leitura leve e rápida que nos mostrou o valor da amizade e que segundas oportunidades existem e poderão apenas estar à espera de serem agarradas. Deixou também a importante mensagem de que a vida permite ir atrás dos nossos sonhos e que a esperança é a última a morrer.
★★★

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Um homem chamado Ove, de Fredrik Backman - Opinião

Título original - En man som heter Ove
Editora: Editorial Presença
Sinopse: À primeira vista, Ove é o homem mais rabugento do mundo. Sempre foi assim, mas piorou desde a morte da mulher, que ele adorava. Agora que foi despedido, Ove decide suicidar-se. Mal sabe ele as peripécias em que se vai meter. Um jovem casal recém-chegado destrói-lhe a caixa de correio, o seu amigo mais antigo está prestes a ser internado a contragosto num lar, e um gato vadio dá-se a conhecer.
Ove vê-se obrigado a adiar o fim para ajudar a resolver, muito contrariado, uma série de pequenas e grandes crises. Este livro simultaneamente hilariante e encantador fala-nos de amizades inesperadas e do impacto profundo que podemos ter na vida dos outros.

Opinião:
Um homem chamado Ove foi a obra elegida pelo clube de leitura Read-along do Goodreads para os meses de Janeiro/Fevereiro, dedicados à solidão e ao isolamento. Infelizmente este é um tema tão real e tão presente, que tem vindo a afectar cada vez mais pessoas, e tem sido largamente amplificado pela pandemia.
Eu comecei a ler o livro nos meses iniciais do ano, porém aborreceu-me um pouco e dei mesmo uma pausa na leitura. Alguns meses mais tarde retomei-a e fiquei contente por tê-lo feito, pois a obra revelou-se bem mais interessante do que estava a prever, pontuada por situações de valores morais, orgulho, demonstrações de amor, rabujentice e de momentos hilariantes que muito gosto me deram ler.
A acção decorre paralelamente no passado e no presente e digo-vos isto: o Ove é um homem irado, a mínima coisa o chateia mas ele realmente tem um coração muito grande e foi bastante divertido ler as interações com os novos vizinhos, confesso que ri bastante. 
Sem querer me alongar nem estar aqui a fazer grandes revelações, saliento que no meu entender, a principal mensagem que retiro do livro é que nós realmente não sabemos o que se passa na vida das pessoas e um simples acto pode fazer toda a diferença na vida de alguém.
★★★★★

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Três Coisas Incríveis Sobre Ti, de Jill Mansell - Opinião

Título original - Three amazing things about you
Editora: TopSeller
Sinopse: «Quando um livro nos consegue fazer sorrir, chorar e suspirar, sabemos que é um vencedor.»Hallie tem dois segredos: é autora anónima de um blogue popular, onde resolve os dilemas dos leitores; e está perdidamente apaixonada… pelo seu médico. Sim, porque Hallie tem os dias contados, e só uns pulmões novos a salvarão. Terá ela coragem de se declarar antes de partir?
Flo encontra-se numa situação caricata. Vive no apartamento de um gato. E ela só terá um teto, enquanto o felídeo estiver vivo.
Com esta nova condição, surgem pessoas interessadas no apartamento que lhe querem fazer a vida negra. Flo está preparada para tudo… Mas o que fazer quando o amor lhe bate à porta com uma surpresa agridoce?
Tasha é uma mulher citadina com um namorado viciado em aventura. É verdade que os opostos se atraem, mas estará ela preparada para a adrenalina que ele trouxe à sua vida?
Três mulheres, muitas escolhas e uma força extraordinária que as une de formas inesperadas. Neste novo livro de Jill Mansell celebra-se a vida, numa história romântica sobre carpe diem e segundas oportunidades.

Opinião:
A minha estreia com a autora deu-se com Três Coisas Incríveis Sobre Ti. Aqui seguimos três mulheres, três histórias e o que o destino lhes reserva. Dispensa introduções sendo que a sinopse já o faz tão bem neste título.
A obra decorre na escala temporal do presente e vai alternando entre as três principais personagens Hallie, Flo e Tasha. Aqui somos levados aos seus quotidianos, às suas condições, às suas personalidades e a quem os rodeia. Foi bom ler acerca das interacções e de como as suas vidas se vieram a entrelaçar de um modo inesperado e permanente.
De todas as moças, a história da Tasha foi a menos interessante e achei até um pouco cliché. Impressionou-me a história da Hallie, da seriedade da sua doença e a sua perceptiva. Sendo alguém com imensas limitações e com limitada experiência de vida, foi uma lufada de ar fresco, que ela fosse a popular e aparentemente sábia Rose, a conselheira sentimental que tantas pessoas ajudou. Contudo, o que eu gostei mesmo foi de acompanhar a Flo, os seus altos e baixos, as suas amizades improváveis e sobretudo o seu sentido de humor.
Foi com muito espanto que se viu perder uma personagem, numa situação simplesmente horripilante, todavia esse foi o catalisador para uma série de eventos sem retorno, que iria para sempre alterar o curso das vidas dos personagens.
★★★★★

quarta-feira, 31 de março de 2021

Apartamento partilha-se, de Beth O'Leary - Opinião

Título original -
The flatshare
Editora: TopSeller
Sinopse: E se tivesse de partilhar a cama com alguém que nunca conheceu?
Tiffy Moore precisa urgentemente de um apartamento barato, depois de o ex-namorado a despejar da casa onde viviam. Leon Towney é enfermeiro, faz os turnos da noite no hospital, tem um apartamento para arrendar e precisa de dinheiro para ajudar o seu irmão.
Para os dois, surge a solução perfeita: durante o dia, enquanto Tiffy está a trabalhar, Leon descansa do lado direito da cama; durante a noite, e até à manhã seguinte, Tiffy é dona e senhora do apartamento. Embora nenhum deles se encontre no mesmo espaço ao mesmo tempo, limitando as hipóteses de algo poder correr mal, os seus amigos acham que esta é a receita para o desastre e que devem existir regras.
Para que tudo possa correr bem, decidem comunicar apenas por bilhetinhos destinados a resolver questões domésticas (e da vida) e facilitar a partilha do apartamento. Mas, com ex-namorados dramáticos, colegas de trabalho doidos e, claro está, o facto de ainda não se terem cruzado, estão prestes a descobrir que, para terem uma casa perfeita, vão precisar de atirar as regras pela janela.

Opinião:
Esta obra foi a eleita no bookclub Read-along para a nossa leitura referente aos meses Março/Abril sob a temática "capas apelativas e catitas", para dar cor à nossa vida em confinamento. 
Já tinha lido previamente a sinopse no Goodreads e pareceu-me que um pouco de "Chick Lit" contemporânea estava na ordem do dia, pelo que votei nesta opção.
Conheçam Tiffy e Leon, que partilham um apartamento mas em diferentes alturas do dia. Durante a noite ela habita lá e quando sai para trabalhar, Leon é o residente que usufrui das instalações, durante o dia. E assim vivem, com privacidade, sem se cruzarem e parece funcionar. Entendo que na obra a necessidade assim o determinou mas partilhar a mesma cama, é ir um pouco longe demais.
Achei a obra um pouco previsível mas seja como for, adorei conhecer os personagens Tiffy, Leon e Richie e as suas histórias, achei este livro fofo e engraçadito, contudo, ao mesmo tempo, achei que realmente aborda temas sérios. Foi triste ler acerca das pessoas doentes no trabalho do Leon, nomeadamente o senhor Prior, que não viveu o amor em pleno.
Confesso que mexeu um bocado comigo toda a história da relação da Tiffy com o Justin, o facto de ela nunca ter enxergado o quão tóxica era a relação deles, o quão manipulador e horrível ele era e o mal imenso que ele lhe fez. Foi gratificante ler acerca da experiência libertadora dela e de como ela voltou a se descobrir e a ter fé no amor.
O pormenor da troca de bilhetes foi a cereja no topo do bolo, bastante incomum num mundo onde tudo é feito através das redes sociais, e era evidente que estavam atraídos um pelo outro mesmo antes de se verem ☺
★★★★

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Happenstance 3 [Happenstance 3], de Jamie McGuire - Opinião

Título original -
Happenstance 3
Saga: Happenstance #3
Sinopse: Be careful what you wish for. You just might get it all.
Now that Erin has learned the truth about the girls who tortured her, and about the boy she loves, she finds her time before graduation dwindling at an alarming and exciting pace. What used to be summer break was now a countdown to her final days in Blackwell. Her parents, Sam and Julianne struggle with the fear that just when they’ve found Erin, they must let her go, and the tension is higher than it’s been since Erin discovered who she really was.
Finally with the girl he’s loved since childhood, Weston grows more desperate as the summer days pass. He and Erin will go to separate colleges. His biggest fear is that this means they’ll go their separate ways. Plagued with making the best of the time he has left with Erin, and finding a way to make it last, Weston finds himself in a different state of mind hourly. He is just beginning to realize that hope is like quicksand. The harder Weston struggles, the faster Erin sinks.

Opinião:
A conclusão da saga chega-nos através da terceira parte de Happenstance. Após um segundo volume "morno", lancei-me de cabeça para descobrir o desfecho da história da Erin todavia sem grandes expectativas. 
Aproveito para anunciar que esta leitura permite-me concluir o primeiro desafio literário de 2021: ler uma trilogia. Dá-me imenso gosto propor-me e efectivamente, realizar os desafios literários. Nem sempre consigo conclui-los mas são tão gratificantes, que todos os anos acabo por repetir alguns e tentar alcançar o máximo de metas. 
Ter o coração partido não é fácil, mas a possibilidade de perder o amor é um pesadelo que a Erin jamais pensou viver. Feitas as pazes, os pombinhos querem aproveitar para estar juntos, uma vez que o tempo escasseia. 
Achei parva a dificuldade que o Weston teve em lidar com o modo como a Erin dispendia o seu tempo, que no meu ver, desrespeitava a tentativa de conhecer e formar laços com os pais dela, e isso evidenciou egoísmo. 
Na adolescência tudo parece o fim do mundo, mas o Weston exagerou de tal forma que acabou por afastar a moça, não tendo em consideração que ela passou a vida sozinha e tudo aquilo simplesmente era demais.
Gostei que a protagonista fosse muito decidida em seguir o seu sonho e não se desviar do percurso por ninguém. Esta foi uma das minhas protagonistas favoritas de YA dos últimos tempos por ser bem mais madura, realista, segura nas decisões, independente e sem dramas típicos, que lemos um pouco por todo o lado, e isso foi refrescante.
Em termos da história em si, creio que havia espaço para melhorias. Após o primeiro livro, julguei que os outros volumes tivessem mais reviravoltas e acção, e realmente foram desvendados segredos interessantes porém o desenrolar da trama não me cativou particularmente. 
★★★

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Happenstance 2 [Happenstance 2], de Jamie McGuire - Opinião

Título original -
 Happenstance
Saga: Happenstance #2
Sinopse: Erin Easter was now Erin Alderman, because Erin Alderman was dead.
In the second installment of this USA Today bestselling series, follow protagonist Erin, a high school senior in tiny Blackwell, Oklahoma. After a terrible accident leaves two classmates dead, Erin learns that she was switched at birth. Shortly after, she moves into the home of her true parents, Sam and Julianne Alderman, transforming Erin over night from pariah of Blackwell High School, to the only child of one of the most affluent couples in town.
Also being pursued by her childhood crush, Weston Gates, the dream she once had is now reality. But when Erin stumbles upon secrets that gives her the answers she’s been searching for, she also finds a truth she never wanted to know.

Opinião:
Li "Happenstance 2" no dia seguinte após ler o primeiro, porém confesso que este volume não foi tão interessante quanto o anterior. A acção decorre no seguimento dos eventos finais do livro precedente. 
Ao descobrir acerca da troca de bebés no hospital, a Erin vai morar com os pais biológicos e aqui acompanhamos o desenrolar da relação que está a estabelecer com eles. A perspectiva da proximidade do término da escola e do seu namoro ir de vento em pompa são aspectos que lhe trazem muita alegria. 
Foi agridoce ler algumas passagens do livro. Por um lado é uma mudança imensa, uma vida completamente nova e uma adaptação difícil, tudo parece finalmente estar a encaixar e a fluir bem, contudo ela não consegue deixar de sentir que algo de infeliz lhe espera. Foi um pouco triste, depois de uma infância miserável, a Erin ainda achar que vai haver um "equilíbrio" de algo tão negativo para o tanto de maravilhoso que lhe está a acontecer. 
Noutras núpcias, o colega dela Brady é um ser detestável mas acabou por ser a pessoa que lhe chamou a atenção para algo que estava a acontecer há algum tempo...e foi aqui, neste momento que a trama se tornou previsível, em parte. Foi exactamente este aspecto que me decepcionou um bocado, julgava que a narrativa fosse tomar outros contornos mas acabou por ser cliché. Por outro lado, posso dizer honestamente que fiquei surpresa ao descobrir o motivo do ódio que as outras Erins nutriam pela protagonista. Outra injustiça e a agravar estava o facto de ser uma projecção nela mas que deveria ser direccionado a outra personagem. 
★★★

domingo, 3 de janeiro de 2021

Happenstance [Happenstance 1], de Jamie McGuire - Opinião


Título original -
 Happenstance
Saga: Happenstance #1
Sinopse: #1 New York Times Bestseller Jamie McGuire returns to self-publishing with this page-turning YA account of Erin Easter, one of three Erins in the small senior class of rural Blackwell High School who not only share a first name, but also their birthday. Erin Easter, raised by a neglectful single mom, keeps to herself and admires Weston Gates from afar. The other Erins, Erin A. and Erin M. are the darlings of the community: daughters of the two wealthiest families in town, best friends, cheerleaders, and everything Erin Easter isn't--and they never let her forget it. Erin A. has even claimed Weston since the 8th grade.
Weston is a well-liked star athlete, and the son of two prominent attorneys. He struggles daily with the pressures of living up to his family name and secretly empathizes with Erin Easter's feeling that she belongs somewhere else; in a different life. Not until he begins sneaking nights out with Erin does he gain the courage to buck expectations and acknowledge his feelings ... both for his future, and for her.
But when a shocking tragedy rocks the tiny town, Erin's life is turned upside down in the best way possible. But when the truth is revealed and everything Erin thinks she wanted falls into her lap, life only becomes more complicated.

Opinião:
Dei início às leituras de 2021 com "Happenstance", o primeiro volume da saga com o mesmo título, de Jamie McGuire. A minha estreia com a autora deu-se num contexto contemporâneo e young adult e fiquei envolta na narrativa de tal forma que li tudo de uma assentada. 
Erin Easter é uma jovem infeliz, com uma mãe drogada e diariamente atormentada pelos colegas de classe. Quis o destino que ela conhecesse a felicidade e ela vê a sua sina mudar de repente. Com novas perspectivas de um futuro sorridente, determinados acontecimentos fazem-na questionar-se sobre a sua vida e sobre quem ela é, nos diversos espectros da identidade. 
Esta obra aborda temáticas como o bullying, viver em ambiente de hostilidade e indiferença, com uma figura parental (se é que se posse atribuir essa descrição) consumida por vícios, incapaz/relutante em providenciar para a sua prole. 
Fiquei a admirar a protagonista pela sua força de vontade, resiliência, capacidade de ser ser auto-suficiente, mantendo a sanidade, equilibrando educação e trabalho, garantindo o seu sustento e futuro. As crianças deveriam apenas ser isso mesmo, crianças, e não ter esse tipo de fardo. Infelizmente acontece, inclusive uma amiga minha passou por uma situação semelhante. 
A história em si não é algo de extraordinário, contudo a autora abordou aspectos interessantes e as reviravoltas na vida da Erin prenderam-me na narrativa. Outro aspecto que apreciei foi a maturidade da personagem. Normalmente as protagonistas são muito ingénuas e por vezes irritantes. As situações pelas quais passou, tornaram-na mais adulta mas também desconfiada e sisuda. Foi bonito acompanhar a sua transformação e vê-la alcançar a felicidade. 
★★★★

domingo, 30 de agosto de 2020

Black enough, stories of being young & black in America, de Ibi Zoboi - Opinião


Título original - 
Black enough, stories of being young & black in America
Sinopse: Black Enough is a star-studded anthology edited by National Book Award finalist Ibi Zoboi that will delve into the closeted thoughts, hidden experiences, and daily struggles of black teens across the country. From a spectrum of backgrounds—urban and rural, wealthy and poor, mixed race, immigrants, and more—Black Enough showcases diversity within diversity.
Whether it’s New York Times bestselling author Jason Reynolds writing about #blackboyjoy or Newberry Honor-winning author Renee Watson talking about black girls at camp in Portland, or emerging author Jay Coles’s story about two cowboys kissing in the south—Black Enough is an essential collection full of captivating coming-of-age stories about what it’s like to be young and black in America.


Opinião:
Este título foi a opção de leitura para Agosto no bookclub, no primeiro mês no qual não "tivemos mão" na decisão. Os administradores elegeram este título com o intuito de apoiar "black lives matter" ou BLM, após a trágica morte do George Floyd por abuso policial. Paz à sua alma.
Não sabia ao certo o que esperar visto que não li a sinopse, porém deparei-me com uma obra editada por Ibi Zoboi que reune trabalhos de variadissimos autores numa antologia.
A premissa do livro é uma colecção de histórias curtas, que dá voz a uma panóplia de realidades, cada qual à sua maneira, tendo em comum o facto de os intervenientes serem todos jovens e tendo os Estados Unidos da América como background.
Este não é propriamente o meu tipo de leitura então é bom variar e conhecer novos projectos. Apesar de ter sido uma leitura que me manteve entretida e abordou alguns temas interessantes tais como LGBT e minorias, confesso que achei que algumas das histórias deixaram muito a desejar, ao passo que outras tocaram-me ou deixaram uma mensagem subjacente.
★★★

segunda-feira, 6 de julho de 2020

O Adeus a Zoë, de Alyson Noel - Opinião

Título original - Saving Zoe
Editora: IN
Sinopse: A Echo é uma típica adolescente de 15 anos, que tenta sobreviver à escola sem ficar traumatizada com os problemas com os namorados, os dramas das amigas e as questões escolares. E, como se isto não bastasse, está ainda a recuperar do assassínio da sua irmã Zoë, uma tragédia que mudou a sua vida por completo. E, quando o antigo namorado da Zoë lhe entrega o diário da irmã, a Echo pensa que não há lá nada que ela já não saiba, mas, à medida que vai cedendo à curiosidade e o vai lendo, descobre que a sua irmã guardava um segredo que ninguém poderia imaginar, nem mesmo ela.

Opinião:
Estamos perante um título young adult, contemporâneo que fala sobre a perda de um ente querido, ou assim o julgava, contudo acaba por ser muito mais do que isso.

Um ano após o assassinato brutal da Zoë, a Echo ainda tem bastante presente a tragédia que alterou a sua família para sempre. A sua irmã permanece inalterada na sua memória como uma jovem extrovertida, confiante, destemida e com o sonho de obter fama.
Ninguém é um livro completamente aberto, as pessoas passam uma imagem de si porém todos guardam segredos, e a Echo descobre que a irmã não é a excepção, quando obtém o seu diário.
Confesso que de inicio não estava a gostar muito desta obra porém quanto mais lia, mais interessada ficava. A narrativa alterna entre o quotidiano da Echo e as entradas do diário da Zoë, que nos são apresentadas cronologicamente até ao dia da sua morte. 
É evidente que as irmãs são bastante diferentes e com isto, gera-se uma crise de identidade. Quanto mais explora o diário, mais as incertezas da Echo aumentam, já que não consegue deixar de se comparar à irmã e julga que nunca estará à sua altura.
Na minha opinião, pareceu-me um indício de algum desequilíbrio quando a Echo estava a ter momentos privados com rapazes e pensava na irmã, foi estranho, parecia querer-lhe impersonar. Em contrapartida, noutras situações, compreendi que eram a sua forma de lidar com o luto e de se sentir mais próxima da irmã. 
O facto foi que esse comportamento errático levou-a a conviver com indivíduos de carácter dúbio que lhe podiam ter magoado, segundo constam as revelações pertubantes do diário.
Este livro tem várias mensagens importantes, que alertam para o consumo de drogas, para o risco de andar com más companhias e o que estas podem compelir a fazer, e ainda para os perigos da exposição nas redes sociais e outras plataformas online. O Mundo está repleto de predadores, ninguém sabe realmente quem está do outro lado ou quais as suas intenções. Com esta obra, a autora enfatizou que os predadores podem estar online e podem também estar por perto. Já dizia a minha avó "todo o cuidado, é pouco".
★★★★

O filme tem o mesmo título.

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Falling into place, de Amy Zhang - Opinião

Título original - Falling into place
Sinopse: Inertia, force, mass, gravity, velocity, acceleration... cause and effect.
Liz Emerson doesn't understand any of it.
But I do.
I understand how we fall. Where we fall. Why we fall.
I understand her sadness and loneliness and silence, her shattered heart.
It doesn't have to be this way, does it?
It wasn't always this way, was it?
Stay alive, Liz Emerson, stay alive.

On the day Liz Emerson tries to die, they had reviewed Newton's laws of motion in physics class. Then, after school, she put them into practice by running her Mercedes off the road. Why did Liz Emerson decide that the world would be better off without her? Why did she give up? The nonlinear novel pieces together the short and devastating life of Meridian High's most popular junior girl. Mass, acceleration, momentum, force—Liz didn't understand it in physics, and even as her Mercedes hurtles toward the tree, she doesn't understand it now. How do we impact one another? How do our actions reverberate? What does it mean to be a friend? To love someone? To be a daughter? Or a mother? Is life truly more than cause and effect? Amy Zhang's haunting and universal story will appeal to fans of Lauren Oliver, Gayle Forman, and Jay Asher.

Opinião:
A segunda leitura do book club, desta vez sob o género da literatura contemporânea.

A Liz é jovem, bonita, popular e tem amigos valiosos, está no seu auge. Ou assim todos o julgam mas apenas ela sabe como se sente, pelo que decide suicidar-se, encenando um acidente de carro.
O que resume esta obra? Um livro triste que aborda o bullying, depressão e suicídio.
Tem algumas memórias boas mas na maioria, relatam momentos de infelicidade para a protagonista ou para quem sofreu pelas suas mãos, de uma maneira ou de outra. Não senti conexão com a Liz e confesso que a certa altura, eu apenas queria descobrir a identidade do narrador, que foi a grande surpresa deste livro.
Não me pareceu que a obra fosse uma história de redenção, na verdade, pareceu mais uma jovem que reconhece que "praticou o mal" e que se não fosse por isso, as pessoas estariam com menos problemas. Da mesma forma que ela reconhece isso, reconhece também que ficava impune. Isto aliado à sensação de solidão e aos problemas pessoais, impulsionaram a sua decisão de pôr término à vida.
A sua posição de alta popularidade a fez manter uma fachada, porém toda a sucessão de eventos a deixaram num estado de depressão da qual ninguém suspeitou.
Agora numa nota importante, esta foi a jornada de uma rapariga que precisava de ajuda e não soube como a pedir. Todos temos problemas mas não precisamos de os manter só para nós, sobretudo nesta altura do COVID-19, que está a amplificar emoções. Procurem ajuda ou talvez comecem por arranjar alguém para desabafar, que creio que ajuda a tirar algum peso do peito, não é preciso passar por isso sozinho.
★★★

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Text game, de Kate Cann - Opinião

Título original - Text game
Sinopse: Mel can't believe she's going out with the gorgeous Ben. But when she starts receiving nasty text messages from the mysterious Gloria, she begins to have doubts about him. As the situation spirals out of control, things come to a head.

Opinião:
Esta opinião estava em atraso, na secção rascunhos. Tinha começado a preparar e acabou por me passar da ideia. 😂
Este é um livro young adult, típico adolescente, e como tal, dão-se as fases dramáticas típicas da faixa etária. A Mel está a passar por uma fase muito boa no campo afectivo, tendo iniciado uma relação com o jeitoso popular do liceu, o Ben. Tudo é fantástico e emocionante, até começar a receber mensagens no telemóvel enunciando a infidelidade do namorado. As mensagens aumentam em número, e consequentemente, aumenta a insegurança da Mel, que não sabe o que fazer.
As pessoas reagem de diversas maneiras às mais variadas situações. Uma ocorrência pode originar uma infinidade de possibilidades. Creio que existem várias coisas aqui em causa.
A inveja foi o que desencadeou tudo. A cobiça da Gloria pôs em marcha os eventos. Ela semeou a dúvida, que levou à insegurança da Mel. A sua incapacidade de falar com Ben sobre o assunto, acabou deixando-a ansiosa e a resguardar-se um pouco. A situação chegou a um ponto, que roça o bullying.
Com o avanço actual da tecnologia, temos ao nosso alcance o poder de travar a recepção de contactos por parte de outros: é possível bloquear números, e acho que a protagonista deveria tê-lo feito. Ao não cortar o mal pela raiz, a situação escalou, e deu mais sensação de poder à Gloria.
Com esta leitura, julgo que ficaram evidentes alguns aspectos, nomeadamente o poder de sugestão sobre as pessoas, e também demonstra a importância da comunicação. Sempre ouvi dizer "falando é que a gente se entende".
★★★

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Espera por mim [If I stay 2], de Gayle Forman - Opinião

Título original - Where she went
Saga: If I stay #2
Editora: Editorial Presença
Sinopse: Passaram três anos desde que o amor de Adam ajudou Mia a recuperar após o trágico acidente que vitimou a sua família – e três anos desde que Mia decidiu afastá-lo da sua vida sem lhe dar explicações. Quando uma noite os seus caminhos se cruzam na cidade de Nova Iorque, ambos têm a oportunidade de se confrontar com os fantasmas do passado e de abrir o coração ao futuro.

Opinião:
Já tem imenso tempo que li Se eu ficar, recordo-me que na altura fiquei impressionada com o acidente, e toda a perda descrita. Perdi o meu pai há menos de um ano, e foi o mais difícil que me aconteceu.
Três anos passaram desde a que a Mia despertou e saiu da vida do Adam, sem nunca olhar para trás.
A Mia é agora um prodígio do violoncelo, formada pela Juilliard, e o Adam, uma estrela mundial de rock. Quis o destino que os seus caminhos se cruzassem uma última vez, antes de retomarem as suas rotinas insanas.
Neste volume, temos a perspectiva do Adam, o que se revelou uma surpresa. Foi difícil mas resisti e não li a sinopse. Quase tudo o que leio tem voz feminina, então foi uma mudança bem-vinda.
A narrativa alterna entre o passado e o presente, de uma forma que nos mostra como as situações evoluíram até “o agora”.
Dou crédito à perseverança da Mia, que se agarrou ao seu sonho e fez dele um farol, para se guiar através da dor.
Já o Adam perdeu o rumo. Porém o encontro com Kim, foi catártico e toda a dor e frustração desencadearam eventos que definiram a sua vida de modo permanente. Saiu da estagnação, e tornou-se famoso, o que para muitos é o auge da vida.
Conquistou imenso, mas ele esteve só, infeliz e amargurado a maior parte do tempo. Agradou-me que a autora não tenha cometido o cliché de escrever um astro que tenha cedido a vícios associados às celebridades.
Dois aspectos muito positivos foram: explorar Nova Iorque à noite, e descobrir atracções interessantes, que não são pontos de interesse principais ligados à cidade. Este último, é das coisas que procuro quando planeio explorar um local novo.
Cada um lida com o luto à sua maneira, não existe uma forma padrão. O entendimento do que cada um teve que lidar, e uma conversa honesta, no tempo adequado, permitiram que ficassem mais perto de curar feridas antigas e se achar “closure”.
Gostei mais desta sequela, que foi também uma história dramática, uma verdadeira montanha russa de emoções. Foi bom acompanhar a interacção do par, e ver a música como um factor que ajuda a sarar e que une mundos. 

★★★

Book trailer

sexta-feira, 29 de maio de 2020

The ghostwriter, de Alessandra Torres - Opinião

Título original - The ghostwriter
Sinopse: Four years ago, I lied. I stood in front of the police, my friends and family, and made up a story, my best one yet. And all of them believed me.
I wasn't surprised. Telling stories is what made me famous. Fifteen bestsellers. Millions of fans. Fame and fortune.
Now, I have one last story to write. It'll be my best one yet, with a jaw-dropping twist that will leave them stunned and gasping for breath.
They say that sticks and stones will break your bones, but this story? It will be the one that kills me.
This book is not a romance. It is contemporary fiction, but very suspenseful in nature. It is about a famous romance author and a dark secret she keeps.


Opinião:
Deparei-me com esta obra por meio de um novo projecto português conjunto do qual participo, o Tearing Pages Book Club, iniciado este mês, que tem uma premissa muito interessante.
Resumidamente, há uma leitura mensal de um género eleito por nós, porém o título é escolhido pela administração, sendo por isso um elemento surpresa. Nós temos metas diárias de leitura que variam consoante o livro, e ao terminar, o pessoal reúne-se online para trocar ideias. As leituras serão maioritariamente de livros em inglês.
Helena Ross, popular autora best seller de romances, decide reformar-se e cancelar todos os projectos pendentes, para escrever o seu último livro. Com uma nova condicionante, o prazo inicialmente planeado é encurtado, e há imenso a ser tratado.
Como mulher independente e orgulhosa que é, Helena delibera o impensável e recorre a um ghostwriter. Decidida a iniciar imediatamente esse derradeiro projecto, ela não gosta, porém sabe exactamente quem está apto para o cargo.
Sendo eu uma pessoa mais virada para o campo da fantasia, é sempre revigorante ler um género literário diferente. Temos aqui um thriller e de uma autora que não conhecia, cujo foco parece estar no romance erótico. Li outras sinopses e existe a possibilidade de ler noutro estilo, futuramente.
A trama está escrita na primeira pessoa quando se trata de Helena e na terceira pessoa, para os restantes intervenientes. Nas passagens de Helena, frequentemente intercala-se a narrativa com o texto do seu livro, auto-biográfico, sobre a sua história de amor com o esposo Simon, e todos os anos que estiveram juntos. Concluída a leitura, achei que "the ghostwriter" não foi propriamente um título que se encaixasse bem, pois levou-me a pensar que seria o objecto central, e está longe disso.
Eu nunca tinha visto uma protagonista com tão mau feitio, uma pessoa intragável! Abandonada pelo pai, nunca se sentiu próxima à mãe psiquiatra, sentindo-se constantemente analisada. Com competências interpessoais bastante limitadas, foi surpreendente ler como encontrou o amor e como, com o tempo, encontrou redenção. A proximidade à revelação do segredo, a se libertar daquele fardo, permitiu-lhe abrir-se mais e aceitar que outros fizessem parte da sua vida.
Os pais são livres de educar os filhos à sua maneira, não existe O manual de parentalidade mas existem orientações. Compreendo que a Helena não era de muitos floreios nem histórias da carochinha, o que pode ser benéfico em alguns aspectos, já que a criança fica mais ligada à realidade, mas ela cruzou muitos limites! Sinceramente, eu fiquei pasma com conteúdos inapropriados para uma idade tão tenra.
O amor é complicado. Pode durar uma vida ou um sopro. Jamais, repito, jamais me passou pela cabeça o que viria a acontecer no livro! Todavia, foi exactamente isso que o tornou tão interessante. Após uma boa introdução e construção da história, achei parte do livro uma enrolação. Em retrospectiva, julgo que talvez fosse a tentativa da autora de humanizar a Helena.
Não tinha expectativas para este livro, que acabou por se revelar uma boa surpresa. Nenhum dos cenários que imaginei corresponderam à realidade, e no meu ver, esse é o elemento-chave desejado em thrillers.
★★★★

quinta-feira, 30 de abril de 2020

The wedding favor [Your invitation to romance 1], de Caroline Mickelson - Opinião

Título original - The wedding favor
Saga: Your invitation to romance #1
Sinopse: When Ava McKenna left the neighborhood she grew up in, she never planned to look back. And for ten years she didn’t. Not until Mateo Ortega, the handsome and charming boy next door, showed up to ask for her help. Mateo needed a favor, actually he needed a pretend fiancée, and he thought Ava would be the perfect woman for the charade. Ava knew that she owed the Ortega family a favor but when she looked into Mateo’s gorgeous brown eyes she realized that repaying an old debt might jeopardize her heart.

Opinião:
Esta história surgiu nas sugestões do Goodreads e veio a calhar pois eu encontrava-me com disposição para uma leitura leve e romântica, para me abster da situação do coronavirus.
A Ava mudou-se para outra cidade logo após a morte da mãe e não olhou mais para trás. Mas quando decide pôr a casa à venda, o seu caminho cruza-se novamente com o do seu antigo vizinho Mateo, que lhe pede um favor impensável.
A Ava sente que está em dívida por tudo o que a família do Mateo fez quando ela era jovem, pelo que considera seriamente em aceitar ajudar, mesmo que possa vir a sair prejudicada.
A Ava é uma mulher independente, focada no trabalho, que sabe o que pretende alcançar mas o facto de o Mateo reaparecer na sua vida, faz com que ela começe a questionar-se. O que ele lhe propõe, e o facto de ela estar aberta a essa possibilidade e adicionalmente alterar os termos do acordo, fá-la repensar no que realmente quer para si, para o seu futuro. 
O Mateo é gentil, educado, encantador, exactamente como ela se lembrava, talvez mais ainda. A perda iminente do seu familiar deixa-o destroçado, exactamente como ela ficou tantos anos antes. Ela só quer abraçá-lo e estar perto dele, mesmo que isto lhe vá custar quando a vida retomar à normalidade. 
Juntos fazem um par muito fofo, gostei de ler acerca da sua interacção, que após tanto tempo afastados, os antigos vizinhos criaram um vínculo com base no apoio, empatia e compreensão. A proposta foi surreal porém quando ambos embarcaram nessa aventura, descobriram um novo sentido e perceberam que algo estava em falta.
Adorei a família do Mateo, numerosa, barulhenta, calorosa! Fez-me pensar na minha família e nas saudades que tenho deles. Eu realmente não os vejo desde Janeiro.
Senti um carinho especial pelo senhor O. e fez-me lembrar da minha falecida avó paterna. Ela era muito especial, a matriarca que uniu gerações. Ela vivia com um tio mas todos diziamos que iamos a casa da avó e passavamos sempre lá na noite de Natal.
Eu adorava passar o tempo a ouvi-la contar histórias do passado e das traquinices dos filhos enquanto crianças. Depois que partiu, vários de nós deixamos de lá ir nessa época festiva pois não era o mesmo, perdeu-se o encanto. Julgo que "será escusado dizer" que acabei me emocionando bastante com este livro.

domingo, 17 de dezembro de 2017

Conta-me três coisas, de Julie Buxbaum - Opinião

Título original - Tell me three things
Editora: Topseller
Sinopse: E se a pessoa de que mais precisas for alguém que não conheces?
Passaram apenas dois anos desde a morte da sua mãe e o seu pai volta a casar-se com uma mulher que conheceu online. Jessie é então forçada a mudar-se para a outra ponta do país, para morar com a madrasta e o seu pretensioso filho adolescente, aparentemente passado da cabeça.
Para Jessie tudo parece errado: sente-se uma estranha naquela casa enorme e fria, tem saudades da sua melhor (e única) amiga. A escola é uma selva autêntica, onde é vítima de bullying. Mas é então que recebe um e-mail de alguém que não conhece, nem se quer deixar conhecer, disponibilizando-lhe apenas a sua amizade virtual.
O que Jessie não espera é que será este e-mail a mudar a sua vida para sempre.
Esta é uma história memorável, que não deixa ninguém indiferente. Um misto de comédia e tragédia, amor e perda, dor e alegria.


Opinião:
Cerca de dois anos após a morte da mãe da Jessie, o seu pai casa-se com uma mulher rica que mora noutro estado e eles mudam-se para lá. Sem conhecer ninguém, a Jessie passa por um mau bocado, sentido-se sozinha e vítima de comentários desagradáveis por parte de algumas colegas.
Eis que alguém começa a enviar-lhe emails com dicas de como sobreviver no liceu, quem evitar, com quem travar amizade...um ombro amigo online. A única condição que impõe é não revelar a sua identidade. 
Quis ler este livro no âmbito de ser um lançamento recente e claro, a sinopse era apelativa. Julgo que muitos de nós já passamos pela fase de ter amigos online e que em algum momento não sabiamos quem eram. Esta leitura fez-me recordar um pouco esse tempo, ainda que as situações fossem completamente diferentes.
Por vezes parecia mais fácil desabafar ou apenas falar com alguém que estava do outro lado do ecrã do que com alguém cara a cara, e depois era como a protagonista disse, dava mais tempo de refletir e pensar antes de responder.
Seja como for, a Internet veio aproximar as pessoas mas ao não saber quem está do outro lado, as pessoas podem estar a abrir as portas para predadores e todo o tipo de criminosos, o que é especialmente perigoso para as crianças que são as que têm menos noção e sentido de realidade. 
Achei que os cidadãos da nova cidade foram criados de modo muito genérico e estereotipado, parecia não haver muita variedade, sendo que todos pareciam ter saido do mesmo molde, se é que me estou a fazer entender. Não era de admirar que a Jessie se sentisse desajustada e solitária.
O livro aborda alguns temas como a homossexualidade e o bullying, apesar de não serem os aspectos centrais da narrativa, não costumam aparecer nos livros que tenho lido ultimamente. Foi bom que a autora tenha posto personagens a fazer frente a essa gentinha reduzida e a colocar um ponto final no assunto. Todos merecem ter paz de espírito.
Um aspecto que me interessou foi o facto da Jessie nutrir sentimentos pelo rapaz misterioso, sem saber quem era. Não num sentido de ser ingénua mas pelo facto de que se apaixonou somente pela personalidade dele. Devo salvaguardar que era sabido que eram colegas de escola e a certo ponto ele ia revelar quem era, num local público.
Outra coisa agradável é que muitas das suas conversas sejam em três tópicos, que aliás é o que dá o título à obra "conta-me três coisas". Uma maneira engraçada de se dar a conhecer.
Esta foi uma história que proporcionou momentos agradáveis de lazer. Aconselho.