Um caso perdido [Hopeless 1], de Colleen Hoover - Opinião

Título original - Hopeless
Saga: Hopeless #1
Editora: Topseller
Sinopse: Preferia saber a verdade, ainda que isso fizesse de si um caso perdido, ou continuar a viver uma mentira? Quando Sky conhece Dean Holder no liceu, um rapaz com uma reputação tão duvidosa quanto a dela, sente-se aterrorizada, mas também cativada. Há algo naquela figura que lhe traz memórias do seu passado mais profundo e perturbador. Um passado que ela tentou por tudo enterrar dentro da sua mente. Ainda que Sky esteja determinada a afastar-se de Holder, a perseguição cerrada que ele lhe dedica, bem como o seu sorriso enigmático, fazem-na baixar as defesas, e a intensidade da relação entre os dois cresce a cada dia. Mas o misterioso Holder também guarda os seus segredos, e, quando os revela a Sky, ela vê-se confrontada com uma verdade tão terrível que pode mudá-la para sempre. Será Sky quem ela pensa que é? E será que os dois conseguirão sarar as suas feridas emocionais e encontrar um modo de viver e amar sem limites? Um Caso Perdido (Hopeless) é um romance intenso que o irá comover e arrebatar, ao mesmo tempo que o fará recordar o seu primeiro amor.

Opinião:
[Poderá conter spoilers] Já que não conhecia o trabalho da autora, esta leitura permitiu-me realizar o quinto tópico do meu TBR Jar challenge: * Ler um livro de um autor novo. 
Iniciei a leitura com muita curiosidade, pois lembro-me deste livro ser amplamente divulgado/discutido nas redes sociais, contudo contra todas as expectativas, não fui ler quaisquer opiniões. Tinha o livro "em lista de espera" e agora mergulhei de cabeça na obra, à conta de uma leitura conjunta de um grupo no Goodreads.
Acompanhamos Sky, uma jovem à beira da maioridade, que vive com a sua mãe adoptiva, Karen, e nunca frequentou escolas, até aquele ano. Ela e a sua amiga Six convenceram a mãe a deixá-la ter esta experiência, antes de ir para uma universidade. No inicio do ano lectivo, a Six é aceite num programa de intercâmbio, e a Sky vê-se forçada a iniciar o ano sem a melhor amiga, mas graças a ela, já com uma má reputação. Embora não ser o que dizem, ela já teve contacto com alguns rapazes e apesar disso, nunca nenhum despertou emoções nela.
Na mesma altura ela conhece Holder, o único rapaz que conseguiu fazê-la sentir algo. Ele é o típico bad boy também com uma reputação, mas afinal as aparências iludem. Eles convivem e torna-se evidente que nutrem sentimentos um pelo outro. Contudo, este rapaz enigmático é tão intenso e tem tantas reacções distintas, que ela não consegue decifrá-lo. Na verdade, ele é assim porque mantém segredos, segredos que podem definir uma vida.
Apesar do estilo de vida imposto por Karen, distanciada de tecnologia, gostei bastante da relação que ela tinha com a Sky, funcionava muito bem e a interacção entre elas era impecável. Estava a gostar da história e de ler acerca dos laços que ela tinha (com a mãe e Six) e os que ela estava a criar (Brecking e Holder), apesar do comportamento imprevisível do Holder. Até gostei de ler depois, vamos tendo algumas pistas que o Holder já a conhecia anteriormente e quando ele faz a revelação, a história muda, sobe para outro patamar, tornando-se muito séria, e fica tudo muito mais interessante.
Adorei ler tudo acerca do Holder, a sua maneira de ser e suas atitudes, quando está numa versão não temperamental. Devido às alternâncias comportamentais,  achei-o uma personagem tão complexa e misteriosa, e foi simplesmente cativante acompanhá-lo. 
Quanto à Sky, seguimos sempre o seu ponto de vista, então sabemos que é agradável, amistosa, e aceita bem a vida que tem até cruzar-se com Holder. Ao longo do livro é palpável o seu crescimento pessoal, sobretudo quando ela é esmagada pela descoberta da realidade, e graças ao apoio do namorado, vai reunindo forças para ultrapassar as situações. A autora tornou-a numa lutadora por quem sentimos empatia, e isso tornou a leitura muito mais envolvente.
Enfim, passei a não gostar a partir daquele momento que entendemos o segredo familiar que ela reprimiu, quando ela volta à casa e é invadida por memórias há muito esquecidas e completamente inesperadas. Certas atitudes dela ao longo da obra já levam o leitor a suspeitar de algo, mas a verdade não deixa de ser chocante. Simplesmente não gostei, porque detesto ler quando são abordadas temáticas desses géneros. 
Apesar disso, devo salientar que fiquei sensibilizada com a versão da história contada por Karen, e achei verdadeiramente altruísta o que ela fez por Sky. Tendo isso em conta, o desfecho do livro deixou-me realmente satisfeita, e acabou por amenizar o meu desagrado.
Este volume revelou-se uma surpresa, repleta de altos e baixos, que leva o leitor a passar por diversos estados de espírito. Ideal para quem gosta de emoções fortes e contraditórias.