sexta-feira, 29 de maio de 2020

The ghostwriter, de Alessandra Torres - Opinião

Título original - The ghostwriter
Sinopse: Four years ago, I lied. I stood in front of the police, my friends and family, and made up a story, my best one yet. And all of them believed me.
I wasn't surprised. Telling stories is what made me famous. Fifteen bestsellers. Millions of fans. Fame and fortune.
Now, I have one last story to write. It'll be my best one yet, with a jaw-dropping twist that will leave them stunned and gasping for breath.
They say that sticks and stones will break your bones, but this story? It will be the one that kills me.
This book is not a romance. It is contemporary fiction, but very suspenseful in nature. It is about a famous romance author and a dark secret she keeps.


Opinião:
Deparei-me com esta obra por meio de um novo projecto português conjunto do qual participo, o Tearing Pages Book Club, iniciado este mês, que tem uma premissa muito interessante.
Resumidamente, há uma leitura mensal de um género eleito por nós, porém o título é escolhido pela administração, sendo por isso um elemento surpresa. Nós temos metas diárias de leitura que variam consoante o livro, e ao terminar, o pessoal reúne-se online para trocar ideias. As leituras serão maioritariamente de livros em inglês.
Helena Ross, popular autora best seller de romances, decide reformar-se e cancelar todos os projectos pendentes, para escrever o seu último livro. Com uma nova condicionante, o prazo inicialmente planeado é encurtado, e há imenso a ser tratado.
Como mulher independente e orgulhosa que é, Helena delibera o impensável e recorre a um ghostwriter. Decidida a iniciar imediatamente esse derradeiro projecto, ela não gosta, porém sabe exactamente quem está apto para o cargo.
Sendo eu uma pessoa mais virada para o campo da fantasia, é sempre revigorante ler um género literário diferente. Temos aqui um thriller e de uma autora que não conhecia, cujo foco parece estar no romance erótico. Li outras sinopses e existe a possibilidade de ler noutro estilo, futuramente.
A trama está escrita na primeira pessoa quando se trata de Helena e na terceira pessoa, para os restantes intervenientes. Nas passagens de Helena, frequentemente intercala-se a narrativa com o texto do seu livro, auto-biográfico, sobre a sua história de amor com o esposo Simon, e todos os anos que estiveram juntos. Concluída a leitura, achei que "the ghostwriter" não foi propriamente um título que se encaixasse bem, pois levou-me a pensar que seria o objecto central, e está longe disso.
Eu nunca tinha visto uma protagonista com tão mau feitio, uma pessoa intragável! Abandonada pelo pai, nunca se sentiu próxima à mãe psiquiatra, sentindo-se constantemente analisada. Com competências interpessoais bastante limitadas, foi surpreendente ler como encontrou o amor e como, com o tempo, encontrou redenção. A proximidade à revelação do segredo, a se libertar daquele fardo, permitiu-lhe abrir-se mais e aceitar que outros fizessem parte da sua vida.
Os pais são livres de educar os filhos à sua maneira, não existe O manual de parentalidade mas existem orientações. Compreendo que a Helena não era de muitos floreios nem histórias da carochinha, o que pode ser benéfico em alguns aspectos, já que a criança fica mais ligada à realidade, mas ela cruzou muitos limites! Sinceramente, eu fiquei pasma com conteúdos inapropriados para uma idade tão tenra.
O amor é complicado. Pode durar uma vida ou um sopro. Jamais, repito, jamais me passou pela cabeça o que viria a acontecer no livro! Todavia, foi exactamente isso que o tornou tão interessante. Após uma boa introdução e construção da história, achei parte do livro uma enrolação. Em retrospectiva, julgo que talvez fosse a tentativa da autora de humanizar a Helena.
Não tinha expectativas para este livro, que acabou por se revelar uma boa surpresa. Nenhum dos cenários que imaginei corresponderam à realidade, e no meu ver, esse é o elemento-chave desejado em thrillers.
★★★★

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